A Escrita Fala a Verdade – Camille Claudel

face_claudelEsta é uma curiosa e intrigante estória real que se passou no século 18. Exponho em meu site devido a curiosa revelação que a escrita de Camille Claudel faz sobre sua personalidade e também por minha sempre admiração de seu belíssimo trabalho como escultora.

As esculturas de Camille não apenas falam sobre uma época, como elas gritam, choram, amam e sofrem. Revela muita sensualidade de um mundo de sensações explosivas: paixão, ciúmes, traição, inveja e abandono.

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QUEM ERA CAMILLE CLAUDEL?

A vida de Camille Claudel foi sempre alvo de especulações e a razão de tal fato deve-se à sua relação amorosa com o seu professor, mentor intelectual e amante – o também escultor Auguste Rodin.

Com apenas 17 anos, Camille chegou a Paris, onde conheceu um dos maiores artistas de seu tempo, Auguste Rodin com 43, de quem se tornou assistente, musa e amante. A partir daí, seus destinos estariam para sempre entrelaçados.

captura-de-tela-2016-12-03-as-19-12-09Rodin nessa época, era casado e tinha um filho. Além disso, ostentava a fama de mulherengo. Mas Camille estava apaixonada e, em 1888, deixou a casa dos pais e passou a viver numa casa alugada por Rodin, que eles chamavam de “retiro pagão”. “Eles passam a freqüentar lugares públicos, tornando-se amantes assumidos. O que era um escândalo para a época”, afirma Liliana Wahba, psicóloga brasileira autora de Camille Claudel: Criação e Locura. Essa fase da vida de ambos é marcada por obras de intensa sensualidade.

OBRA
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A obra mais famosa de Camille, A Valsa, marca o coroamento da relação de ambos e da sua realização como escultora. 

Camille passou a se sentir sozinha. Vivia à espera de Rodin, que nem sempre aparecia. O relacionamento começou a deixá-la deprimida. Ela queria que Rodin se casasse com ela. Mas ele nunca chegou a deixar Rose. Jurava amor a Camille, mas dizia que não podia abandonar a mulher que havia estado ao seu lado nos momentos difíceis.

Em 1892, Camille sofreu um aborto. Ela abandonou o “retiro pagão” e decidiu se afastar de Rodin. Apesar das críticas favoráveis, sua arte não era apreciada pelo grande público. “Em parte pelo preconceito por ser mulher. E, em parte, porque diziam que ela copiava Rodin”, afirma Liliana Wahba.

Rodin e Camille continuaram a se encontrar até 1898, quando romperam definitivamente. Camille passou então a viver trancada em seu estúdio, cercada por seus gatos. Ela estava com sérios problemas financeiros. Usava roupas e sapatos velhos, não comia direito e começou a beber.

Depois que obra “A Idade Madura”, considerada sua obra mais autobiográfica, foi recusada pela Exposição Universal de 1900, Camille, com 36 anos, passou a achar que havia camille-11um complô de Rodin contra ela. Camille foge de todos. Prefere viver sozinha, no silêncio e na escuridão.

Por iniciativa de seu irmão mais novo, o escritor Paul Claudel, ela é internada em 1912 num manicômio. 

Camille Claudel morreu em 1943, aos 79 anos de idade, pobre, sozinha numa cama de hospício, onde ficou por mais de 30 anos.

Em vida, ela foi atormentada por um amor impossível, pelos preconceitos da sociedade francesa do século 19 preconceituosa e machista, que colocava muros à frente. A própria família que era rica a renegou.

ESCRITA DE CAMILLE

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A grafóloga italiana Ligia Fagorolo, analisou a escrita desta artista e nos revela alguns aspectos importantes.

Camille Claudel no manicômio não era agressiva, passava a maior parte do tempo tranquila e queria insistentemente voltar para casa. Nesta carta ela escreve uma suplica para sua mãe, que a resgate do local. Ela nunca recebeu nenhuma resposta.

Alguns biógrafos para justificar sua trágica história, deixam de revelar que sua carreira foi destruída pela covardia conjunta de homens: Rodin que se aproveitou dela e Paul Claudel seu irmão, que fez com que ela se calasse internando-a como louca. Certamente estas duas situações ajudaram o seu colapso.

Onde é que estão as tendências auto-destrutivas?
Ao questionamos a grafologia para encontrar alguma pista sobre o que poderia ter acontecido com ela em termos de personalidade, encontramos a resposta direta: não existem desequilíbrios particulares na caligrafia de Camille Claudel.

A escrita dela apresenta justamente ao contrário. Revelaremos abaixo os traços e seus significados.

Equilíbrio da tríplice largura
Equilíbrio no espaçada entre letras e palavras. Expressa índice de auto controle. Personalidade profunda com muita inteligência e profundidade intelectual. Capacidade de raciocinar, avaliar os motivos sem exceder-se.

Ângulos A
Ressentimentos, reação contra ataques como defesa de si. Fácil irritabilidade e agressividade

Mantém a escrita na linha
Indicando firmeza, constância, perseverança, compromisso, tenacidade para perseguir um objetivo com espírito de sacrifício. Personalidade intensa, profunda e decidida.

Letras que se tocam
Aptidão para síntese de idéias e emoções. Continuidade de pensamento e ação.

Desigual metodicamente
Indica originalidade e personalidade com inteligência sentimental.

Fluida
É a escrita solta, que flui no movimento da mão sobre o papel. Este signo gráfico combinado do desigual metodicamente, é indicativo da presença da originalidade.

Pendente
É a escrita inclinada à direita, as hastes se colam nas letras que seguem. É indicativo gráfico de uma personalidade de intensidade de sentimentos.

Traço da Confusão
As barras da letra t vão da direita para a esquerda, entrelaçando-se em toda a palavra. A confusão deriva do fato que estes traços invadem o campo reservado de outras. Revela a mistura de idéias, sentimentos e gestos. Uma personalidade contraditória. Em suas razões mais internas, potencializa de maneira negativa qualquer estímulo. Está sempre agitada, preocupada mesmo sem conhecer o real motivo.

Expressa também contradições internas por um lado a necessidade da vida simples e por outro lado abandono a afetividade.

O sentimento profundo e a certeza da sua posição, levaram ela a reagir sensivelmente. Não conseguia assim se adaptar a um papel que havia se colocado, amante de um homem casado.

Camille Claudel conhecia seus dotes de bravura, era uma mulher de substância. Com uma personalidade baseada em ponderar as coisas, nem sempre conseguiu manter esta lucidez sobre seus dotes.

Esta é de fato a personalidade de Camille Claudel, uma mulher que foi penalizada pelo desejo e a coragem que tinha de ser diferente. Assim como muitas mulheres no passado. E talvez, ainda hoje.

Espero que tenham gostado desta interessante e reveladora passagem de nossa querida Camille.

Fonte do estudo da caligrafia, pela escola Morettiana a grafologia italiana: http://www.grafologiamorettiana.it/sociologia/grandi/plath_claudel_woolf/camille-claudel-1864-1943

Vejam as cenas do filme Camille Claudel – 1913